E depois há os sobrenaturais. Os das energias, dos sentimentos, os surreais.
Subtis, suaves, apercebem-se e quase não se sentem.
O mesmo aroma, não é igual para toda a gente. E o mesmo aroma, com a mesma pessoa, não é sempre igual.
Definem coisas. Aparecem de repente, como que vindos do nada.
E desaparecem, ou não. São os cheiros do outro mundo.
sábado, 22 de maio de 2010
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Cheiros
O que mais facilmente me transporta no tempo, com um “clic” para o passado, para memórias e vivências, são os cheiros. Logo a seguir é a música, há autênticas bandas sonoras de algumas partes/filmes da nossa vida.
Mas os cheiros é que me levam imediatamente e inteira para lá, para aquele sítio, com aquelas pessoas, naquela situação. Pelo cheiro lembro-me logo se era de manhã ou de noite, porque as partes do dia têm cheiros diferentes. Lembro-me se estava feliz ou triste. O cheiro como que entra em mim, fecho os olhos, ele percorre-me, envolve-me e leva-me lá.
Ás vezes aparece de repente, cheiro um determinado aroma, tudo pára, e lá vou eu, e a maior parte destes cheiros eu nem me lembro que eles existiram. Mas quando aparecem, toda a cena daquele tempo, ao pormenor, é reconstituída.
Há os cheiros que eu gosto de recordar como quem abre um álbum de fotografias, mas mais sentido, mais palpável, mais de pele do que uma fotografia.
Também existem cheiros que me lembram momentos tristes, como o das velas a derreter na capela da nossa casa durante os velatórios.
Mas todos, são saudade.
O cheiro naquela manhã igual a tantas outras, em Lisboa, num dia de sol, mas que a frescura matinal ainda paira, que nem o escape dos carros, nem o barulho das gentes, impede que a sua essência prevaleça e ela fique diferente das outras mas igual aquelas manhãs de antigamente.
O cheiro dum mergulho na piscina, que de repente me leva aos banhos da juventude em tanques de rega improvisados, de paredes caiadas e água da nascente, sem cloros, sem desinfectantes, o cheiro puro da água. Que só por si carrega todas as memórias.
O cheiro da maresia, o misto de praia, mar e azul. É dos cheiros com mais referências para mim. Conforme a intensidade, leva-me para este ou aquele verão, para esta ou aquela história.
O cheiro da dama-da-noite, perfume intenso e doce, que envolveu tantas noites da minha vida.
O cheiro do colo da minha Avó.
O cheiro dos raminhos de alfazema que se deitavam na braseira, nos dias frios e chuvosos dos invernos alentejanos e que deixavam entrar o campo para dentro da casa fechada.
O cheiro das gavetas de roupa lavada e engomada
O cheiro do frio, das manhãs em que a geada cobria tudo.
É de manhã e à noite que os cheiros são mais puros, mais intensos, mais vibrantes. Trazendo a energia das suas memórias.
Mas os cheiros é que me levam imediatamente e inteira para lá, para aquele sítio, com aquelas pessoas, naquela situação. Pelo cheiro lembro-me logo se era de manhã ou de noite, porque as partes do dia têm cheiros diferentes. Lembro-me se estava feliz ou triste. O cheiro como que entra em mim, fecho os olhos, ele percorre-me, envolve-me e leva-me lá.
Ás vezes aparece de repente, cheiro um determinado aroma, tudo pára, e lá vou eu, e a maior parte destes cheiros eu nem me lembro que eles existiram. Mas quando aparecem, toda a cena daquele tempo, ao pormenor, é reconstituída.
Há os cheiros que eu gosto de recordar como quem abre um álbum de fotografias, mas mais sentido, mais palpável, mais de pele do que uma fotografia.
Também existem cheiros que me lembram momentos tristes, como o das velas a derreter na capela da nossa casa durante os velatórios.
Mas todos, são saudade.
O cheiro naquela manhã igual a tantas outras, em Lisboa, num dia de sol, mas que a frescura matinal ainda paira, que nem o escape dos carros, nem o barulho das gentes, impede que a sua essência prevaleça e ela fique diferente das outras mas igual aquelas manhãs de antigamente.
O cheiro dum mergulho na piscina, que de repente me leva aos banhos da juventude em tanques de rega improvisados, de paredes caiadas e água da nascente, sem cloros, sem desinfectantes, o cheiro puro da água. Que só por si carrega todas as memórias.
O cheiro da maresia, o misto de praia, mar e azul. É dos cheiros com mais referências para mim. Conforme a intensidade, leva-me para este ou aquele verão, para esta ou aquela história.
O cheiro da dama-da-noite, perfume intenso e doce, que envolveu tantas noites da minha vida.
O cheiro do colo da minha Avó.
O cheiro dos raminhos de alfazema que se deitavam na braseira, nos dias frios e chuvosos dos invernos alentejanos e que deixavam entrar o campo para dentro da casa fechada.
O cheiro das gavetas de roupa lavada e engomada
O cheiro do frio, das manhãs em que a geada cobria tudo.
É de manhã e à noite que os cheiros são mais puros, mais intensos, mais vibrantes. Trazendo a energia das suas memórias.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Paz
É aquilo que sinto quando tudo se acalma. Quando a noite envolve o mundo mas há Luz. Quando tu não estás mas eu te sinto. E todos os que já partiram, voltam. E o seu abraço é Amor. Quando fecho os olhos, e vejo. Quando umas coisas acabam e outras começam. Quando consigo ver mais ao longe. Para lá de tudo, por cima das casas, do mar, do céu. E o meu horizonte se pinta de azul. Quando ouço o silêncio e ele me devolve o canto. E as vozes me falam por dentro. Quando as lágrimas caem, mas porque estou em Paz. E eu sei.
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