Toda a vida tive dois problemas de alheamento com o (meu) Mundo.
Um é a solidão. Para onde eu caio, literalmente, de vez em quando e sem razão aparente.
A outra é a falta de integração em “grupos”.
Toda a vida tentei, mas nunca me senti integrada e em sintonia com um grupo, durante muito tempo. Seja de amigos, politico, religioso…
Adorava ter um ideal comum com um determinado grupo de pessoas. Com as quais eu me identificasse. Onde me sentisse integrada e compreendida. Mas nunca consigo.
Há sempre uma determinada altura em que ou há simplesmente um clique, ou alguém diz ou faz qualquer coisa que eu não gosto, ou não concordo e pronto! Rompe-se o elo e eu solto-me. E a partir daí, até posso não me afastar completamente, mas já não me sinto lá, já estou à margem. Fico logo muito mais crítica, mais intolerante. Isolo-me e abstenho-me.
(hei-de voltar a escrever sobre estas duas situações. A "solidão", problema recorrente e sobre a qual escrevo desde os 11 anos. E os "grupos" ou "falta de gurus" ou "marginalidade")
quinta-feira, 17 de junho de 2010
quarta-feira, 9 de junho de 2010
De dentro
Está mesmo tudo dentro de nós. Finalmente consigo sentir isso, antes só sabia.
Nada tem de vir de fora. Nem o perdão, nem o amor. Que são duas coisas que durante anos pensei dependessem também de outros. A forma como nós relativizamos a culpa e nos aceitamos e amamos vai condicionar os outros à nossa volta e as suas atitudes perante nós.
E é mais difícil, mas somos mais felizes.
É muito mais fácil quando é alguém ou alguma religião a dizer-nos o que está certo ou errado. E depois perdoar-nos sob determinada penitência. Quando é a nossa consciência a responsabilidade é toda nossa. Mas a confiança que daí advém torna-nos mais fortes perante os outros e os seus julgamentos. Porque vem de dentro, porque é sentido.
E o amor?! O amor, agora vejo claramente que está em nós, vem e vai de nós. Como Deus.
Nada tem de vir de fora. Nem o perdão, nem o amor. Que são duas coisas que durante anos pensei dependessem também de outros. A forma como nós relativizamos a culpa e nos aceitamos e amamos vai condicionar os outros à nossa volta e as suas atitudes perante nós.
E é mais difícil, mas somos mais felizes.
É muito mais fácil quando é alguém ou alguma religião a dizer-nos o que está certo ou errado. E depois perdoar-nos sob determinada penitência. Quando é a nossa consciência a responsabilidade é toda nossa. Mas a confiança que daí advém torna-nos mais fortes perante os outros e os seus julgamentos. Porque vem de dentro, porque é sentido.
E o amor?! O amor, agora vejo claramente que está em nós, vem e vai de nós. Como Deus.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Incensação
Num Natal, a minha filha, que tinha uns 4 ou 5 anos, veio da escola com uma estrela em cartolina onde tinha de fazer um desenho e (a mãe…) escrever alguma coisa alusiva ao Natal. Era para pendurar na árvore da sua sala. Ela começou por fazer o desenho, uma boneca tipo anjo, de véu ou cabelo comprido, com as mãos postas, levemente elevadas ao céu. E uma outra boneca, atrás, mais pequenina. Estava lindo. A seguir pus-me a ler citações variadas que eu tinha nuns caderninhos antigos onde eu assentava coisas que lia e gostava. Depois de vários, curtos, simples e mais apropriados à sua idade e que ela sistematicamente recusava deparei-me com este poema da minha Tia e li-o.
Sem hesitações ela disse: “É este!”
E o desenho, feito antes, ilustrava surpreendentemente o poema.
Sem hesitações ela disse: “É este!”
E o desenho, feito antes, ilustrava surpreendentemente o poema.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Porta-retrato
Não suporto mais ver-te ali. A sorrir, como se ainda fosses feliz. Não aguento mais… Sentir o teu olhar nas paredes. O teu cheiro no quarto. Andar, e no vento ouvir o meu nome. Ver-te nos olhos deles. No sorriso que me espera. Estás em todo o lado. E continuas dentro de mim. Na minha pele o toque ainda é teu. Vai! Vai para onde estás…
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