Como me senti há muitos anos no Alentejo profundo,
na Mina de Aparis, senti agora no Douro, nesta paisagem agreste, talhada e
sofrida.
Peço licença para entrar, fazer parte, participar do
enlevo, simplesmente. É uma parte de nós que é e não é. Pertencemos e somos
estranhos. De uma qualquer coisa, de um qualquer passado que tanto é nosso como
nos transcende e nos ultrapassa.
O que é que nos faz sentir o passado, as raízes? Quem
passou por aqui igual a nós, sentindo como nós. O que é que partilhamos, todos?
Ao logo da vida, de gerações. O medo da morte, do futuro que é a morte, que é
um fim qualquer? Que não sabemos o que é. Por muita fé, por muito acreditar,
nunca podemos ter a certeza do que há para lá.
Mas por muito que duvide, que questione, sinto
aquelas presenças de outrora. Marcaram. Será que marcamos também?
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