quinta-feira, 26 de novembro de 2020

E um dia numa dança

Com um toque tudo mudou. Reconheceram-se?

Era uma festa de aldeia dos santos de Agosto, calor, luzes penduradas das árvores e dos postes. O povo dançava esquecendo a vida dura dos campos alentejanos. Chegaram de carro, um grupo de jovens à procura do divertimento diferente das discotecas, do fumo e das luzes néon.

Misturaram-se na multidão, a rir, a conversar e a dançar. Ele e ela, por um simples acaso do destino, deram as mãos, ele rodeou-lhe a cintura com o braço e começaram a dançar. E ao ritmo da dança que aumentava, rodopiaram, seguraram as mãos com mais força, encostaram a cara, os corpos uniram-se e tudo encaixou. Quando a música parou, não se conseguiram afastar logo, olharam-se envergonhados como se fosse a primeira vez. Queriam continuar aquela dança para sempre.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Deixa...

Esquece meu amor

Não ligues aos meus impulsos, á intensidade do que quero que sintas por mim. Amor não se compara. Apesar de tentarmos sempre desde pequeninos querer ser os mais amados. Amor não se conta, nem se descreve. Amor é só sentir. Ou não.

Mas às vezes é grande demais, tão demais que quase rebenta. E o outro lado nunca é suficiente, porque o nosso parece ser único. Inigualável. Porque só nós é que sabemos do que somos capazes.

Desculpa meu amor. Não é culpa tua. Já me deste tanto e nunca prometeste mais. Eu é que devia ter percebido desde o início, desde lá do princípio de tudo, quando ainda não era assim.

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Desvarios

Linhas e mais linhas e vidas, paralelas às vezes. Experiências vividas, histórias que paralelamente se completam ou entrecruzam. Pessoas e paixões, amores e desvarios. Encontros e desencontros. 

E mais desvarios. Nesta amálgama de sentimentos experiências pensamentos e saudades que é a vida interior de cada um.  E quem vê de fora não imagina o vendaval que vai por dentro.

Coração desmesurado intenso e louco que procura a planície calma e quente de um fim de tarde de verão para apaziguar a tempestade em que irremediavelmente se tornou. Num desvario. Sem fim no horizonte.