sexta-feira, 5 de novembro de 2010

«As minhas duas velhas queridas»

Estão velhas e cansadas
aquelas duas velhas queridas
cansadas da vida que já viveram,
calmamente,
com aquela calma de outrora

Tão iguais em seus destinos
mas tão diferentes em pensamento

Uma pôs toda a sua juventude e amor nos filhos e agora nos netos
Vive deles e para eles

A outra, como viveu!
Levou a sua vida a mostrar aos outros a justiça humana e os seus próprios sentimentos
Ela pensava,
E escrevia

Agora que resta da poetisa de outrora?
Ainda uma pensadora
mas já não escreve, Diz!
E eu, ao vê-la tratar das suas múltiplas flores vejo esta viagem no tempo,
Este transporte
Todo o seu amor já não o exprime no papel, mas sim nas flores e a sua justiça foi abalada pelas desilusões sofridas.

São as minhas duas velhas queridas!
cada uma passando o seu dia-a-dia a cuidar das suas "primaveras",
Pois o seu "Inverno" chegou...



(escrito quando tinha 16 anos, para as minhas queridas Avó e Tia)

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